Estresse crônico? Descubra os efeitos no seu corpo

Todo mundo passa por situações estressantes. O lembrete é do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, que faz questão de frisar: a reação fisiológica do corpo é esperada e acontece de tempos em tempos, conforme as circunstâncias que a vida impõe.
  

O estresse pode se apresentar como: 

  • agudo | diante de uma mudança repentina, como a perda do emprego, divórcio ou uma doença; 
  • cumulativo | ligado às demandas diárias, como estudos, trabalho e responsabilidades da rotina; 
  • pós-traumático | após um acontecimento de grande perigo, que expõe a pessoa ao risco de morte, como um acidente, um assalto, uma catástrofe natural.  

De maneira geral, os efeitos do estresse são momentâneos e o corpo consegue se recuperar naturalmente dos sintomas mais perceptíveis como o coração e respiração acelerados e músculos tensionados, prontos para agir em caso de luta ou fuga.
  


Só que, como em todos os aspectos da vida, os problemas relacionados ao estresse surgem quando há um desequilíbrio da rotina, de maneira que o organismo segue em permanente estado de alerta, sobrecarregando mecanismos que não deveriam estar ativados de forma contínua.  

Sirene intermitente 


Quando o corpo recebe os estímulos do hipotálamo – que é a primeira região do cérebro acionada em situações de perigo -, todo o organismo se arma. E, sem que o interruptor seja desativado, o quadro se transforma em estresse crônico e os sistemas começam a entrar em pane.  

Sistemas respiratório e cardíaco  


O estresse agrava doenças pré-existentes como asma ou enfisema à medida em que exige mais esforço para que o sangue rico em oxigênio – proveniente da respiração acelerada – seja distribuído para todos os órgãos.  

Hiperestimulado, o coração trabalha em dobro com vasos sanguíneos que se contraem rapidamente e desviam o oxigênio para os músculos, caso sejam requisitados no modo sobrevivência.  

Resultado: maiores riscos de derrame ou ataque cardíaco.

Sistema digestório  


A onda dos hormônios da sobrevivência atinge também o estômago. Com sangue concentrado em outros pontos considerados mais importantes para sobreviver, a digestão fica comprometida e o aumento do ácido estomacal pode causar azia e refluxo.  

Para além do mal–estar, o estresse crônico é um dos atalhos para a diabetes tipo 2. 

Isso porque o fígado passa a produzir mais glicose que o necessário a fim de dar impulsos de energia para as supostas situações de luta ou fuga. Só que, quando produzida em excesso, a glicose passa a não ser metabolizada da forma correta, causando a doença.  

Sistema muscular  


A dor de cabeça típica do estresse vem da tensão muscular.  

Sem relaxar, os músculos tensionados conduzem a um perigoso ciclo do uso de medicações para dor, que afasta a pessoa estressada da rotina de exercícios físicos. 

Sistema reprodutivo 


Nos homens, a queda da testosterona pode interferir na produção de esperma, levando à disfunção erétil ou impotência, além do risco de infecção em órgãos reprodutivos como a próstata e os testículos. 
 

Nas mulheres, o impacto é na menstruação, que passa a ter ciclos irregulares marcados por sintomas acentuados de tensão pré-menstrual.  

Sistema imunológico  


Se a curto prazo o estresse tem potencial para manter o corpo protegido de infecções, já que é uma resposta fisiológica que visa a sobrevivência, a longo prazo o estresse crônico tem efeito contrário, ao fragilizar o sistema imunológico.  

O corpo perde a capacidade de resposta aos agentes invasores – vírus, bactérias e fungos – e fica suscetível a gripes, resfriados e outras doenças.  

Vale lembrar  


Resposta fisiológica a situações de luta ou fuga, o estresse é responsável por ativar mecanismos de sobrevivência no corpo.  

A curto prazo, ele traz benefícios. Mas, quando classificado como crônico, o estresse leva ao desequilíbrio do organismo, aumentando o risco de uma série de doenças, como diabetes tipo 2, derrame e obesidade.  

Caso você esteja inserido numa rotina estressante, sem conseguir lidar com os malefícios físicos e psicológicos do estresse, procure ajuda especializada.

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