Keep calm and carry on. Ou, em português, mantenha a calma e siga em frente.
O cartaz original com a frase foi criado em 1939, viralizou nos anos 2000 e segue atual. Atemporalidade atribuída aos desafios da rotina contemporânea.
Entre afazeres que se atropelam nas listas diárias de prioridades, manter a calma é preciso.
Se não é possível evitar a situação ou pessoa causadora do estresse, a estratégia é investir nas fontes de bem-estar que ajudam a equilibrar os efeitos da enxurrada de hormônios liberados no organismo a cada momento de crise.
Há muitas formas de driblar o estresse. Todas estão ligadas a atividades capazes de recolocar o corpo num estado de homeostase – que é a palavra usada pela ciência para se referir à estabilidade fisiológica.
E esse “paraíso do funcionamento corporal” é diretamente afetado por situações estressantes.
Hormônio do estresse
Quando a engrenagem do estresse é ativada, a primeira peça acionada é o hipotálamo, localizado na base do cérebro.
Dessa região são emitidos sinais nervosos e hormonais para as glândulas suprarrenais – as responsáveis pela liberação dos hormônios, entre eles, a adrenalina e o cortisol.
Em doses equilibradas, esses neurotransmissores atuam como ativadores do sistema de alerta do corpo – que reage se preparando para situações de fuga ou luta.
Já, em excesso, o cortisol – conhecido como o hormônio do estresse – causa conhecidas reações adversas:
- dor de cabeça;
- tensão muscular;
- fadiga;
- diminuição da libido;
Quando o hormônio é liberado acima do nível aceitável por um período de tempo prolongado, o estresse pode se tornar crônico, causando uma série de patologias como obesidade, depressão e doenças autoimunes.
Isso ocorre porque o desequilíbrio hormonal afeta diretamente o sistema imunológico, deixando o indivíduo mais vulnerável também a infecções rotineiras.
Combate de hormônios
“Se com hormônio fere, com hormônio será curado”. Abusando da licença poética, numa adaptação corpórea, a releitura do ditado popular simplifica o efeito das ações propostas como forma de frear os impactos do estresse.
Na guerra hormonal, o bem vence o mal à medida que a dopamina e serotonina provenientes das atividades físicas ou da meditação, por exemplo, devolvem o equilíbrio ao eixo hipotálamo-hipofisário-adrenal, o sistema central de resposta ao estresse.
O estímulo da ativação dos neurotransmissores do prazer e da felicidade é a sugestão com base científica para promover a quebra do monopólio no efeito cascata causado por ocasiões estressantes.
A dopamina, tida como um modulador do estresse no cérebro e também no intestino, onde fica concentrada 95% da produção da serotonina, é uma das maiores aliadas nesse processo rumo à calmaria.
Relaxa!
Na linha de uma-coisa-leva-à-outra, relaxar é a tradução para o cotidiano do que propõe a ciência.
Seja por meio de
- exercícios de respiração;
- ioga;
- massagem;
- música relaxante;
- ou, até, ter contato com seu animal de estimação.
A vantagem do estresse é que, diferentemente das doenças, em que o tratamento segue pela linha farmacológica, as atividades propostas para reencontrar a paz são visíveis, palpáveis e têm efeito quase que imediato, ativando o sistema de recompensa do cérebro.
Bom lembrar
A ira e o mal-estar generalizado que surgem em momentos de estresse são parte da resposta fisiológica do corpo a situações entendidas pelo cérebro como fuga ou luta.
Inteligência emocional é item fundamental para lidar com os gatilhos emocionais que desencadeiam esse processo, no entanto, há a possibilidade de reencontrar a tranquilidade por meio de atividades físicas ou mentais.
Acionar os “hormônios do bem”, como a dopamina e a serotonina, faz parte da estratégia para devolver o estado de homeostase ao organismo.
Promover o equilíbrio hormonal é tarefa dos neurotransmissores ativados por práticas associadas ao prazer.
Na batalha contra o estresse, o conselho que vale é o do poster de 1939: carry on! Siga em frente, eventualmente, se desfocando do que causa desconforto para focar no que traz o seu bem-estar.