Desequilíbrio intestinal: veja os sinais das doenças mais comuns que vão além da barriga

Impressionante pelas funcionalidade e pelo tamanho, o intestino – que, esticado, pode chegar a 250 metros, o equivalente a uma quadra de tênis – é o ponto de equilíbrio do corpo humano.  

Na microbiota, bactérias benéficas e patogênicas dividem espaço. A lógica é simples: quem sobressai nessa convivência impacta o organismo como um todo.  

O desequilíbrio no ambiente intestinal, seja pelo aumento das bactérias ruins ou pela diminuição das boas ou, ainda, da redução na diversidade bacteriana, leva a prejuízos na digestão e na absorção de nutrientes, além de ser um convite para a maior produção de toxinas pelas bactérias. 

S.O.S do intestino 


A sirene da imunidade soa por meio de sintomas conhecidos, como: dor na barriga, constipação (intestino preso), diarréia crônica, flatulência (gases), distensão abdominal (inchaço) entre outras alterações nas funções intestinais. 

Por vezes encarados como sinais de intolerância alimentar, os alertas emitidos pelo corpo podem indicar sérios distúrbios digestivos, diagnosticados em exames como a colonoscopia.   



Entre os quadros mais frequentes causados pelo desequilíbrio intestinal estão:  

  • síndrome do intestino irritável (SI);
  • síndrome do supercrescimento bacteriano (SIBO);
  • super crescimento fúngico intestinal (SIFO);
  • síndrome do intestino permeável (Leaky Gut);



Embora tenham manifestações clínicas semelhantes, ligadas ao desconforto gastrointestinal, as síndromes acima têm causas distintas que vão desde alterações emocionais ao desenvolvimento de fungos no intestino delgado.  

Para além de um diagnóstico clínico desafiador, o desequilíbrio da microbiota intestinal traz outro elemento surpresa: a diversidade de sinalizadores da doença, que extrapolam o sistema digestório.  

“Nem todo mundo expressa essas alterações intestinais. Às vezes, você está muito cansado; você tem algumas alergias que você não sabe muito de onde vem, aquela de pele; ou então uma rinite, sinusite ou uma dor de cabeça muito frequente ou até mesmo uma ansiedade. São sintomas de desvios chamados de extra intestinais”, explica a nutricionista especialista em nutrição clínica e funcional, Karina Al Assal. 

Prevenir é melhor que remediar  



A máxima sobre a prevenção se aplica primordialmente às escolhas alimentares. E, em alguns casos, à seleção do que não comer por determinado período. 
 

Isso porque uma das estratégias nutricionais para restabelecer o equilíbrio da microbiota é a restrição de alimentos específicos, que levam à fermentação e produção de gases, em intervalos calculados de forma personalizada. 

O método é eficaz para eliminar disbiose, que afeta a capacidade de o organismo absorver os nutrientes ingeridos.  

Segundo Karina, manter o olhar atento à frequência com que o desconforto intestinal se manifesta é fundamental para evitar o agravamento de quadros clínicos silenciosos.  

“Muitos anos em desequilíbrio aumentam a inflamação e aquilo pode ser um gatilho para uma doença autoimune, para uma doença neurodegenerativa. Então, sempre quando a gente for olhar em qualquer doença, tratar o intestino é um dos pilares importantes”, destaca.  

Suplementos

A especialista destaca que alguns suplementos são aliados na reconstrução de um ambiente favorável para o desenvolvimento saudável das bactérias intestinais. A glutamina, o colágeno e o zinco são elementos-chave que podem acelerar o processo.  

“As células do intestino usam a estrutura química da glutamina como fonte de energia. E, além dessas células intestinais, a gente tem a camada de muco protetor, que é super importante: nossas bactérias vivem ali, elas têm que ter uma camada de muco espessa. Eu gosto muito do colágeno para isso, porque ajuda a formar essa camada de muco protetor. Já o zinco ajuda no sistema imune”, detalha. 

“Precisamos estar com o paciente em condições nutricionais adequadas de minerais e vitaminas para tudo isso funcionar muito bem”, complementa a nutricionista. 

Alimentados de paz


Paralelamente aos cuidados específicos direcionados à saúde intestinal, a forma como o sistema digestório irá atuar está ligada de forma direta com as condições emocionais com que a refeição é feita.  

Criar um ambiente de paz, harmonia e alegria – isolando o estresse – também é uma ferramenta no caminho para a manutenção do equilíbrio do organismo.   

“Para isso a gente tem que estar realmente conectado com esse momento, para a gente receber todo o prazer que uma alimentação pode proporcionar e, portanto, degustar, apreciar essa refeição também, levando a um silenciamento desse eixo do estresse”, finaliza.  

Bom lembrar  


Nem sempre os sintomas de doenças ligadas ao trato gastrointestinal são relacionados a desconfortos sentidos na região da barriga.  


Além de constipação, diarréia, flatulência e distensão abdominal, o desequilíbrio intestinal pode causar problemas hormonais, neurológicos, dermatológicos, falta de energia e disposição e até alterações de humor.  

Não à toa, o termo enfezado se refere aos indivíduos aborrecidos.  



É necessário se manter atento aos sinais emitidos pelo corpo e procurar um profissional para a avaliação clínica e, caso preciso, laboratorial e de imagem para um diagnóstico mais preciso.  

A implementação de uma dieta restritiva a fim de melhorar os sintomas também deve ser conduzida por um especialista.

  

Fato é: o equilíbrio do organismo passa, necessariamente, por uma microbiota intestinal equilibrada!   

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