Climatério: Redescobrindo a Vitalidade em um Novo Ciclo de Vida

Mulher no climatério.

O climatério é uma fase natural e significativa na vida das mulheres, marcando a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. Quanto mais informação de qualidade e melhores os cuidados que as mulheres têm neste período, maiores as chances de passar por ele com saúde e bem-estar físico e emocional.  

Neste artigo, exploraremos estratégias para gerenciar sintomas, manter a saúde física e mental, e adaptar-se às mudanças, inspirando as mulheres a abraçarem essa nova etapa da vida com saúde, disposição, serenidade e positividade.

Entendendo o Climatério 


O climatério foi definido pela Organização Mundial da Saúde como uma fase biológica da vida que compreende a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da vida da mulher, que ocorre gradualmente, marcada pelo declínio da função ovariana e pela diminuição dos níveis hormonais, especialmente de estrogênio e progesterona.  

Este período pode variar em duração e intensidade de mulher para mulher, e é importante diferenciá-lo da menopausa, que é o momento específico em que ocorre a última menstruação. 

Estatísticas do IBGE apontam que o Brasil tem hoje aproximadamente 30 milhões de mulheres entre climatério e menopausa, o que totaliza quase 30% da população feminina brasileira. 

Junto com as mudanças biológicas, o climatério também traz consigo uma série de alterações emocionais. Muitas mulheres enfrentam sintomas como ondas de calor, alterações de humor, insônia, entre outros, que podem afetar significativamente sua qualidade de vida.  

O risco de desenvolver determinadas doenças também aumenta durante o climatério e após a menopausa, desse modo, os cuidados com a alimentação e o estilo de vida são fundamentais para prevenir riscos e amenizar sintomas.

Podemos dividir o climatério em fases: perimenopausa, menopausa e pós-menopausa. Sendo assim o climatério se refere a um período longo e variável de mulher para mulher, caracterizado por mudanças hormonais que precedem e sucedem a menopausa, podendo começar aos 35-40 e se estender aos 60-65 anos.

A perimenopausa abarca os anos iniciais dessa mudança, até a menopausa. Durante a perimenopausa os ciclos menstruais podem se tornar irregulares, a TPM mais intensa, podem surgir problemas de fertilidade e outros sinais no corpo e no metabolismo: uma tendência a ganhar gordura e ter mais dificuldade em emagrecer, perda de massa muscular, diminuição da produção de colágeno e elastina na pele, reduzindo sua firmeza e acelerando o processo de envelhecimento.  

É nesta fase em que ocorre uma maior vulnerabilidade a quadros depressivos e até mesmo enxaqueca. Ao fim da perimenopausa, podem ocorrer falhas na menstruação, o agravamento dos processos anteriores e o surgimento de novos sintomas.  

Alguns desses novos sintomas incluem: diminuição da libido, alterações no humor, ganho de peso pronunciado, ondas de calor, que já são o prenúncio da menopausa, mas não é porque você não sente as ondas de calor que está sem sintomas de menopausa. Na verdade, apenas 20% das mulheres apresentam fogacho. 

Quando a menstruação cessa, a progesterona alcança índices muito baixos, ou seja, vai à praticamente zero, e o estrogênio baixa drasticamente, mas continua sendo produzido em pequenas quantidades pelas adrenais e pelo tecido adiposo. 

A menopausa é definida como a data da última menstruação, confirmada após doze meses. Isso porque no fim da idade reprodutiva, a menstruação pode ficar bem espaçada, vindo depois de 3, 4 meses.  

Então, espera-se um ano para “certificar” que foi de fato a última, a menopausa. Geralmente acontece entre os 49 e 52 anos de idade, mas cerca de 5% das mulheres passam pela menopausa entre 40 e 45 anos, conhecida como menopausa precoce. 

Principais sinais associados ao climatério e à menopausa: 

  • Insônia; 
  • Alterações de humor;   
  • Ressecamento vaginal;  
  • Infecção urinária recorrente;  
  • Declínio cognitivo; 
  • Fragilidade imunológica; 
  • Pele seca; 
  • Fogachos (sensação de calor, transpiração e ruborização da pele, principalmente no rosto); 
  • Sudorese noturna; 
  • Queda de cabelos; 
  • Aumento do peso; 
  • Aumento do percentual de gordura; 
  • Perda de massa magra;  
  • Perda de massa óssea;  
  • Redução da libido.  

Boa parcela das mulheres apresenta alguns destes sintomas, em algum grau. São as escolhas alimentares e de estilo de vida que vão determinar, em grande parte, a intensidade e consequências dos sintomas.  

Com uma alimentação saudável e um estilo de vida adequado, grandes são as chances de que a transição do climatério seja tranquila. 

Após a menopausa, quando a mulher não se cuida adequadamente, é comum ocorrer um agravamento dos sintomas listados anteriormente, o que pode levar a diversas complicações. 

A perda de massa óssea leva à osteoporose, o aumento do percentual de gordura pode levar à diabetes tipo 2 e tipo 3 (Alzheimer) e aumento de risco cardiovascular. 

Um desequilíbrio na imunidade pode resultar em doenças autoimunes e maior suscetibilidade a infecções. 

Para prevenir tudo isso e amenizar alguns dos sintomas inevitáveis é fundamental uma alimentação saudável, os cuidados com o sono, alimentação, atividade física, gerenciamento do estresse. 

Estratégias para enfrentar os sintomas do Climatério 


Junto das estratégias que ajudam a diminuir qualquer tipo de desconforto, abordadas a seguir, algumas dicas práticas para lidar com possíveis sintomas desagradáveis do climatério podem ser muito úteis.  

É fundamental adotar estratégias que promovam o bem-estar físico e emocional no dia a dia, como vestir roupas leves durante as ondas de calor, praticar técnicas de respiração e relaxamento para lidar com o estresse e ansiedade, encontrar novos hobbies para se entreter e se divertir, e manter um diário dos sintomas para identificar padrões. Essas práticas podem ajudar a minimizar o impacto desses sintomas na vida diária.  

Mantendo a Saúde Física e Mental no Climatério 


Durante o climatério, é crucial cuidar da saúde física e mental. A prática regular de atividades físicas, como caminhadas, ioga e natação, não apenas ajuda a manter a saúde cardiovascular e a flexibilidade, mas também melhora o humor e reduz o estresse. 

 

Além disso, técnicas de relaxamento e bem-estar mental, como meditação e mindfulness, podem ajudar a aliviar a ansiedade e promover a tranquilidade interior. Uma alimentação balanceada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas de qualidade, juntamente com uma hidratação adequada, também desempenha um papel fundamental na promoção da saúde durante o climatério. 

Alguns nutrientes e suplementos merecem atenção especial no climatério. A vitamina D, o cálcio, magnésio e vitamina K2, por exemplo, são fundamentais para a saúde óssea, que tende a se enfraquecer com a chegada da menopausa. O ômega 3 também merece destaque por ajudar na redução de triglicerídeos e favorecer o metabolismo como o todo.  

Mulher se exercitando.


Suplementar colágeno para auxiliar na saúde da pele e articulações, creatina e extratos de proteicos como whey e proteínas vegetais para garantir um aporte proteico adequado e a manutenção da massa muscular também pode ser de grande importância. 

Vida Nova com o Climatério 


Com a expectativa de vida da mulher brasileira aumentando – já se aproxima dos 80 anos -, boa parcela das mulheres passará dos 90 anos. Mais do que nunca, podemos dizer que o climatério marca não um fim, mas sim o início de uma nova fase na vida das mulheres. 

 

Com bons relacionamentos, saúde e certa segurança financeira, o climatério pode representar uma ótima fase, em todos os âmbitos. O climatério pode ser uma oportunidade para se reconectar consigo mesma e descobrir novas paixões e propósitos, com o bônus da experiência de vida, mais maturidade, estabilidade e autoconfiança. 

Conclusão 


O climatério é uma etapa de transformação e renovação. Ao adotar estratégias para gerenciar sintomas, manter a saúde física e mental e adaptar-se às mudanças, as mulheres podem aproveitar essa fase com vitalidade e bem-estar.  

Adicionalmente, é importante consultar um profissional de saúde para acompanhar os níveis hormonais, discutir opções de tratamento para qualquer eventualidade e ajudar a prevenir problemas de saúde.