Suplementação: a ferramenta para fortalecer sua imunidade

Somos tal qual recifes.

Se, na natureza, as barreiras espalhadas pelos oceanos recontam séculos por meio de formações submersas de espécies, sobrepostas e entrelaçadas, que coexistem em harmonia, no nosso organismo é a adaptação celular às adversidades ao longo da história que constrói a estrutura da imunidade – reforçada pelos nutrientes que ingerimos nos alimentos, e que também é passível de suplementação. 

E, assim como na Grande Barreira de Corais da Austrália, que é a maior do mundo, as descobertas recentes *(A) sobre o corpo humano e os componentes que formam o mosaico da saúde seguem surpreendendo.

É o dinamismo da ciência em prol da saúde.

Da ciência para a mesa

Do mar vem um dos nutrientes mais escassos na dieta do brasileiro: o ômega 3, responsável por diminuir as inflamações do organismo; já dos parâmetros científicos vêm os dados que permitem ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traçar a linha que identifica: a população do país é carente dos principais nutrientes que fortalecem o sistema imunológico. 

Um levantamento* (B) feito pelo órgão do governo federal aponta que os brasileiros consomem níveis insuficientes de cálcio, zinco, vitaminas A, D e E – lista de itens fundamentais para a eficiência da imunidade.

O panorama revela a fragilidade da nutrição do brasileiro e, paralelamente a essa análise, permite comprovar a predisposição * (C) não só ao contágio por bactérias e vírus corriqueiros, como também ao desenvolvimento de doenças autoimunes. 

Já um estudo *(D) realizado  por pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital, em Boston, nos Estados Unidos, mostrou que a suplementação com vitamina D por 5 anos diminuiu em 22% as chances de ter artrite reumatoide, polimialgia reumática, doença da tireoide autoimune, psoríase, entre outras enfermidades. Apenas um dos exemplos do impacto positivo da suplementação alimentar no contexto da saúde preventiva.

Metabolismo x Imunidade

O pesquisador e empresário, Flavio Passos, estuda a correlação entre a alimentação, o sistema imune e o metabolismo na jornada por um estilo de vida saudável.

Para Flavio, o organismo saudável é indissociável da imunidade eficiente – e o metabolismo está diretamente ligado a essa condição. 

“O metabolismo transforma sua comida em colágeno, músculo, sangue, mas também em neurotransmissores necessários para que você preste atenção, para que você relaxe e consiga superar um estresse e trauma. Para tudo isso o organismo precisa de nutrientes. Com a imunidade não é diferente. Ela depende de que o metabolismo não esteja sobrecarregado lidando com excesso de uma espécie de toxicidade que é o excesso de calorias vazias”, explica o pesquisador.  

O termo calorias vazias se refere a todos os alimentos considerados uma espécie de desperdício de oportunidade de se alimentar bem. É que eles demandam atividade do metabolismo sem entregar nada em troca.

Entram nessa relação as bebidas adoçadas e a farinha refinada, acompanhada dos derivados que são as bolachas, biscoitos, doces e pães. A sobrecarga causada pelo excesso dessas calorias, segundo o pesquisador, resulta em doenças metabólicas como a diabetes e a hipertensão.

“Todas as doenças ligadas ao excesso de consumo de calorias vazias criam uma cascata de desequilíbrio no organismo que, por sua vez, rouba eficiência dos dois principais mecanismos da imunidade: a inata e adquirida”, resume. 

E a suplementação?

Para navegar em águas mais profundas, nutricionalmente falando, é necessário procurar um especialista.

Com o auxílio de um nutricionista ou de um endocrinologista, a dieta ganha contornos de completude – indo ao encontro do equilíbrio de nutrientes e criando distância das calorias que não têm finalidade de suprir as necessidades nutricionais do organismo.  

Esse é o rumo que tem sido tomado em 6 a cada 10 lares no Brasil. Segundo dados * (E) da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), a busca por suplementação alimentar, em 85% dos casos, é um investimento para fortalecer o sistema imunológico. 

A escolha pela saúde preventiva por meio dos suplementos alimentares faz todo sentido na visão de Flavio Passos.

“É mais fácil absorver, de uma forma geral, componentes que estão no suplemento do que num alimento”, acredita. Isso porque, como os dados do IBGE revelaram, a alimentação intuitiva do brasileiro não é suficiente para prover os nutrientes necessários para a manutenção de um organismo em pleno funcionamento. 

Adepto da suplementação – e prova da eficiência dos pilares da Medicina do Estilo de Vida – Flavio frisa que a suplementação deve ser aliada à protagonista desse mar de possibilidades: a alimentação saudável.

“É na nutrição que coloco o cerne dos meus esforços e, depois, em cima disso eu construo a atividade física, o repouso, gerenciamento de estresse, a saúde psicoemocional. Mas se eu tiro a nutrição, eu tiro o pilar fundamental e tudo isso fica mais difícil de ser conquistado”, resume. 

Nesse mar tem peixe!

Entre os nutrientes que devem fazer parte da rotina alimentar, há aqueles que fazem com que as células de defesa funcionem a todo vapor. E é mais que possível incluí-los no cardápio do dia a dia. Veja: 

Vitamina C: protege o corpo do excesso de radicais livres. Está presente em boas quantidades na acerola, camu camu, limão, laranja, mexerica, salsa, pimentão e kiwi. 

Vitamina D: regula as células de defesa e reduz risco de infecção respiratória. Pode ser consumida no óleo do fígado de peixe, carne e frutos do mar. A principal fonte, importante dizer, é a exposição diária ao sol por, pelo menos, 15 minutos. 

Vitamina A: possui propriedades antioxidantes e é essencial para a saúde dos olhos. É encontrada em fígado, gema de ovo, leite e também na batata-doce, couve, manga e caju.  

Selênio: tem ação antioxidante. A fonte mais concentrada do mineral é a castanha do Pará, seguida de peixes e ovos.

Zinco: participa de centenas de reações químicas necessárias para a integridade do organismo. Para amantes dos frutos do mar, a boa notícia é que as ostras possuem a concentração mais alta deste elemento, que também está presente na carne vermelha, ovos, peixes, sementes de abóbora e girassol. 

Magnésio: auxilia na geração de energia para as células, incluindo as do sistema imune. Pode ser consumido na rúcula, agrião, brócolis, cacau, chocolate amargo, abacate, banana, semente de abóbora, chia e grão de bico.

Ferro: um dos principais componentes do sangue, ajuda na oxigenação das células. As melhores fontes são: carnes vermelhas, peixes, frango, gema de ovo, feijão e espinafre. 

Para ouvir

O papel da alimentação e da suplementação para o sistema imunológico foi um dos temas do bate-papo das nutricionistas Roberta Carbonari e Alessandra Feltre com o pesquisador em saúde, Flavio Passos. Na entrevista, Flavio compartilhou um pouco da trajetória pessoal, marcada por mudanças profundas na saúde que o motivaram a fundar a Puravida. Para ouvir o episódio do Puravida Cast, basta clicar aqui. 

*(A) Field measurements of a massive Porites coral at Goolboodi (Orpheus Island), Great Barrier Reef | Scientific Reports (nature.com) 

* (B) https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50063.pdf 

* (C ) https://www.scielo.br/j/rbr/a/5BcvSsQGhJPXXD8Q9Pzff8H/?format=pdf 

* (D) Vitamina D e suplementação de ácido graxo ômega 3 marinho e doença autoimune incidente: ensaio controlado randomizado VITAL | O BMJ 

* (E) E-book-FiSA_Mercado-Suplementos.pdf (abiad.org.br) 


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