O que é Longevidade: Entendendo a Ciência da Vida Longa 

O que é longevidade.

Que a população tem vivido mais, isto nós já sabemos! Mas você sabe realmente o que é longevidade? Nesse cenário de envelhecimento populacional e aumento da expectativa de vida, aliados à motivação instintiva humana de preservar a vida ao máximo e vivê-la com qualidade, muito tem se estudado sobre os fatores reais que interferem ou que promovem aumento da longevidade. 

Mas o que é longevidade? 


Antes de saber o que é longevidade, é importante destacar que este é um tema bastante complexo. 

O percurso natural da vida é nascer, crescer, se desenvolver, talvez reproduzir, envelhecer e depois morrer.  Mas você sabia que é possível estender o prazo dessas etapas e ter uma vida mais longa? Esta é a essência da longevidade. 

Ao pensar em longevidade, muitos relacionam apenas em viver mais anos! E na verdade, o conceito é bem diferente: trata-se de além de viver mais, viver melhor! Significa viver com saúde, alegria e disposição para aproveitar momentos com quem ama e fazendo o que gosta e lhe faz bem. 

De acordo com o dicionário Michaelis, longevidade é a duração mais longa que o normal da vida de uma pessoa. Já conforme Dicio, longevidade se refere a duração da vida em geral; a durabilidade ou resistência das coisas. 

Expectativa de vida é diferente de longevidade. 


Ao falarmos de expectativa de vida, trata-se da estimativa que determina a quantidade de anos em média que uma população possivelmente irá viver, tendo em conta o padrão de mortalidade de uma região, durante um determinado período de tempo. É a esperança de vida ao nascer. 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida do brasileiro chegou a 75,5 anos em 2022. Isto significa que um recém-nascido no ano de 2022 viva, em média, 75,5 anos, caso este vivencie os níveis de mortalidade, ao longo de sua vida, semelhantes aos que a população apresentou em 2022, em cada idade. 

Em 2019, a esperança de vida era estimada em 76,2 anos; porém com as mortes provocadas pelo COVID-19, a expectativa diminuiu para 74,8 anos em 2020 e 72,8 anos em 2021, voltando a subir em 2022, conforme vimos. 


Mulheres vivem mais do que os homens, por quê? 


De acordo com um estudo publicado na revista científica Biology Letters em 2020, ter duas cópias do mesmo cromossomo está associada a uma vida útil mais longa, sugerindo que a segunda cópia ofereceria um tipo de efeito protetor. As mulheres têm cromossomos XX, enquanto os homens XY. 

Segundo dados publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres vivem pelo menos 1,4 anos a mais que os homens, embora existam regiões em que essa diferença supere 3 anos. No Brasil, os dados de 2022 do IBGE, mostraram que as mulheres vivem em torno de 79 anos, enquanto os homens 72 anos. 

Além deste fator genético, fatores externos especialmente associados ao comportamento de risco e acesso à saúde e à nutrição de qualidade, influenciam na expectativa de vida. Os homens também tendem a práticas que diminuem sua vida útil, como fumar mais, tomar mais bebida alcóolica e procurar atendimento médico com menos frequência do que as mulheres. 

Hábitos que aumentam a longevidade 


O aumento no tempo de vida e a longevidade estão muito associados aos avanços da tecnologia da saúde, que diminuíram as taxas de mortalidade. 

A questão alimentar tem sido bastante enfatizada. Sabe-se que a ingestão excessiva de alimentos, especialmente aqueles de má qualidade nutricional, está associada à obesidade e a outras doenças crônicas que acabam por encurtar o tempo de vida.  

Alguns estudos, inicialmente com camundongos, mostrou que a restrição alimentar com uma redução calórica de 30 a 50% sobre a oferta de alimentos, nos períodos iniciais da vida, aumentava em até 40% a expectativa de vida desses animais. 

Ao falarmos em genética, as pesquisas têm demonstrado que, aproximadamente, 25% do tempo de vida das pessoas são determinados por componente genético. Os filhos dos centenários tinham riscos reduzidos para as doenças associadas com a idade, como infarto, hipertensão e diabetes; além disso, percebeu-se que eles apresentavam um processo de envelhecimento mais lento e que as doenças, quando se manifestavam, ocorriam em idade bem avançada. 

Outro dado que bastante interessante é que mulheres que tinham filhos após os seus 40 anos mostravam maior chance de viver mais. Tal fato está associado ao bom funcionamento do seu sistema reprodutor e, provavelmente, dos outros órgãos também, tendo um processo de envelhecimento mais lento. 

Ter uma boa saúde mental e dormir bem, é essencial para a longevidade. Os idosos que mantinham uma boa atividade mental viviam mais quando comparados aos que apresentavam algum problema, como isolamento e falta de atividade intelectual.  

Hábitos de vida não saudáveis também podem prejudicar a longevidade. O uso de álcool, dormir mal e a falta de atividade física, contribuem para o envelhecimento e aparecimento de doenças crônicas prematuramente.  

A atividade física é uma grande aliada da longevidade, além de diminuir o risco de aparecimento de algumas doenças, contribui para a maior oxigenação dos órgãos e manutenção dos músculos, associados à autonomia e força.  

Em resumo, para ter uma longevidade sadia é importante a pessoa manter-se sempre ativa, fazer exercícios físicos, como caminhadas, e nunca ficar parada dentro de casa, procurando sempre estar disposta a fazer outras atividades. Além disso, manter a mente ativa e ter um boa noite de sono

Os fatores socioeconômicos também influenciam a longevidade, uma vez que podem propiciar bons hábitos de vida como uma alimentação saudável, a prática de atividade física, o descanso necessário diariamente e uma boa moradia com adequadas condições higiênico sanitárias. Esses fatores socioeconômicos não podem ser separados dos fatores psicológicos, principalmente os emocionais. 

É necessário viver bem e ser feliz na vida para alcançar a longevidade; ter serenidade, autocontrole emocional e o engajamento social na profissão, sociedade, família e lazer. Ser feliz na vida é relativo, pois uns podem ser felizes com pouco, outros somente com muito, mas o importante é buscar a felicidade para viver mais e melhor. 

As percepções do próprio longevo a respeito dos fatores contribuintes para a sua longevidade são de extrema importância, pois ajudará a incluir atividades que contribuam para a promoção da longevidade.  

Mulheres caminhando.


Os pilares da longevidade 


São 9 os pilares para uma longevidade sadia, de acordo com as “Blue Zones”, que caracteriza o estilo de vida dos residentes em cinco regiões do mundo, onde a expectativa de vida dessas regiões ultrapassa 100 anos. 

  1. Movimentar-se naturalmente: praticar de atividade física mesmo sem perceber, procurar sempre se manter ativo; 

  1. Propósito: saber qual a razão pela qual você acorda pela manhã? Qual o sentido da sua vida? 

  1. Desacelerar: ter um ritmo de vida calmo e evitar o estresse; diminuir o ritmo ao longo do dia; 

  1. Comer menos: parar de comer quando o estômago estiver 80% cheio; 

  1. Atenção as escolhas alimentares: manter a alimentação o mais natural possível. Essas populações têm uma dieta mediterrânea à base de plantas, azeite de oliva, mel, grãos integrais, vegetais e frutas; 

  1. Moderação no consumo de álcool; 

  1. : ter fé, independente da religião; 

  1. Colocar família como prioridade

  1. Viver em comunidade: pertencimento a uma tribo e senso de comunidade. 


Descobrindo o que é longevidade para ter uma vida saudável 


Saber o que é longevidade é apenas o primeiro passo para uma vida saudável. No entanto, mudar o estilo de vida é importante. Procure manter-se ativo física e mentalmente e com pensamentos positivos, relacionando-se bem com as pessoas e a família. Além disso, é importante ter um sono regrado, adotar um hábito alimentar saudável e, principalmente, não ter vícios e não exagerar. 

Referência 


Patrício, Karina Pavão et al. “O segredo da longevidade segundo as percepções dos próprios longevos” [The secret of longevity in the perception of the old-aged]. Ciencia & saude coletiva vol. 13,4 (2008): 1189-98. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-81232008000400015