Falta de vitaminas e minerais: o que a beleza revela sobre a sua saúde 

Mais que estética, a beleza pode refletir o conjunto de ações que têm como desafio manter os olhos focados em si, num cotidiano cheio de afazeres que parecem driblar os momentos em que se amar vira prioridade.  

O drible, aliás, começa pela própria fisiologia humana que prioriza o direcionamento dos nutrientes ingeridos para as atividades muscular, mental, pulmonar, cardiovascular e deixa o “restante” para os tecidos periféricos – leiam: cabelos e unhas.   

Por isso, os fios quebradiços e as manchas ou ondulações nas unhas revelam potenciais deficiências nutricionais, como a falta de vitaminas, minerais e proteínas.    

A nutrição, então, é aliada fundamental para a beleza, e pode ser refletida em cabelos fortes e brilhantes e unhas fortalecidas.  

  

Um dos estilos alimentares que vai proporcionar uma melhor expressão de saúde dos cabelos, pele e unhas é a dieta do padrão mediterrâneo, rica em vegetais, frutas, castanhas, abacate, azeite e peixes. Incrivelmente nutritiva, ajuda nosso corpo a modular o estresse oxidativo e processos inflamatórios, dois fatores que também podem prejudicar a saúde dos cabelos, pele e unhas. 


 

O estresse oxidativo aumenta a degradação do colágeno, elastina e queratina, as proteínas que compõem a pele, cabelos e unhas.   

Nessa direção, a recomendação está na modulação da resposta à defesa antioxidante. Na prática, a solução é reforçar o consumo de determinados nutrientes, como a vitamina C, presente no limão, laranja e acerola; minerais como o zinco, disponível na carne vermelha, sementes e cereais integrais; selênio, presente na castanha do Pará; vitamina E, abundante no azeite de oliva e vitamina A, encontrada no fígado, carnes, peixes, e na forma de beta-caroteno na cenoura e abóbora. 

Fique de olho  


Paralelamente a essa lista de nutrientes, a própria característica estética pode ser uma indicação da causa do problema, como da falta de vitaminas e outros nutrientes.   

Por exemplo, uma redução significativa de cabelos na região frontal, pode indicar deficiência de ferro. Lembrando que o ferro é parte constituinte da hemoglobina, responsável pela entrega de oxigenação em todas as células, incluindo as células capilares.  

Essa sinalização do corpo não vale apenas para casos extremos, como um quadro de anemia. A baixa dos níveis de ferro é suficiente para estar associada à queda difusa dos cabelos.   

Eixo intestino-pele   


Sem um intestino saudável, não há pele, cabelo e unhas saudáveis.

   

O equilíbrio da microbiota intestinal interfere em todo o funcionamento do corpo, inclusive, nesses três pontos conectados à beleza.   

Considerado um marcador para o risco de doenças como as dermatites e a psoríase, o eixo intestino-pele ajuda a compreender em qual fase houve uma falha no processamento dos alimentos, no caso de quem já tem a alimentação balanceada.   

É dessa relação que surgem perguntas essenciais: “como é que está a absorção dos nutrientes? Como é que está o meu processo digestivo no estômago? Como é que está a integridade da minha mucosa intestinal, e a variedade de bactérias?”

Exames laboratoriais  


A identificação dos causadores de queda de cabelos e unhas quebradiças passa por uma bateria de exames, que auxiliam a identificar a deficiência pela falta de vitaminas, por exemplo. É por meio deles que os profissionais mapeiam cada paciente, para um tratamento individualizado.   

Lembrando que o diagnóstico é reforçado pelos próprios sintomas – que indicam possíveis disfunções a rastrear.    

Tireoide 


Dentre os sintomas de disfunções da tireoide estão cabelos e unhas fracos e quebradiços, queda de cabelo e cabelos brancos ou grisalhos antes da hora. 

Quais os nutrientes mais importantes para a saúde da tireoide? 


Iodo 

O iodo é um mineral essencial necessário para a produção dos hormônios da tireoide.  

Assim, pessoas com deficiência de iodo podem estar em risco de hipotireoidismo. 

As principais fontes de iodo são algas como kelp, kombu, nori, ostras, peixes, camarão e frutos do mar. 

Selênio 


O selênio ajuda na conversão do T4 em T3, a forma ativa do hormônio da tireoide para que possa ser usado pelo corpo. O processo de fabricação dos hormônios da tireoide produz muitos radicais livres e o selênio é um dos antioxidantes responsáveis por “defender” a tireoide deste ataque.  

As principais fontes de selênio são a castanha-do-Pará, fígado, ostras, peixes, sementes de girassol, gema de ovos e chia. 

Zinco 


Assim como o selênio, o zinco ajuda o corpo a “ativar” os hormônios tireoidianos.  

O zinco está presente em grandes quantidades no fígado, ostras e carnes. Sementes e leguminosas contém zinco, mas a absorção é menor. 

Ferro 


A deficiência de ferro pode causar redução da função tireoidiana e alteração do metabolismo como consequência, pois a redução da produção de hormônios pode diminuir a capacidade metabólica em mais de 40%. 

As principais fontes de ferro são o bife de fígado e a carne vermelha, mas também está presente em ostras, cacau, sementes de abóbora, spirulina, feijão e beterraba. 

Vitamina A 


A vitamina A participa da conversão do T4 em T3, portanto baixas quantidades desse nutriente podem afetar os bons níveis de T3, é encontrada em maiores quantidades no fígado de animais, gema de ovos e leite, e o beta-caroteno na spirulina, folhas de brócolis, cenoura, folhas verdes e alimentos amarelos e laranjas. 

Tirosina 


A tirosina é um aminoácido necessário para a produção dos hormônios da tireoide, embora possa ser fabricado pelo próprio organismo, é uma boa ideia ingerir boas quantidades de alimentos ricos em tirosina. 

As principais fontes de tirosina são: carne vermelha, peixes, carne de porco e aves, amêndoas, queijos, sementes de abóbora e feijão. 

Portanto, o baixo consumo de iodo, selênio, zinco, ferro e vitamina A podem atrapalhar o bom funcionamento da tireoide. 

Uma boa alimentação para a saúde da sua Tireoide inclui:
 

  • Ovos: iodo, selênio, vitamina A e ferro são encontrados na gema, enquanto as claras estão cheias de proteínas. 
  • Carne: todas as carnes, incluindo cordeiro, boi, frango, etc.
     
  • Peixes: todos os frutos-do-mar, incluindo salmão, sardinha, atum, linguado, camarão, etc. 
  • Vegetais: todos os vegetais.
      
  • Frutas: todas frutas, incluindo frutas vermelhas, bananas, laranjas, acerola, etc. 
  • Grãos e sementes: arroz, trigo-sarraceno, quinoa, sementes de chia e sementes de linhaça. 
  • Laticínios: para algumas pessoas podem não ser bons. Para aquelas que aceitam bem, os mais recomendados são os queijos e iogurte. 
  • Alimentos anti-inflamatórios: A inflamação pode ser uma força motriz por trás da doença de Hashimoto. Assim, uma dieta anti-inflamatória rica em frutas e vegetais pode melhorar significativamente os sintomas.  Vegetais, frutas, temperos e peixes gordurosos são apenas alguns exemplos de alimentos com propriedades anti-inflamatórias. 

Falta de vitaminas e minerais 


A unha com um traço branco ou a unha mais em formato de colher, pode estar relacionada a uma deficiência de ferro, vitamina C ou de vitamina B12. Unhas quebradiças e fracas podem indicar falta de proteínas, colágeno ou silício.  

Em relação aos cabelos, vitamina D, vitaminas do complexo B, zinco, cobre estão entre os principais nutrientes a se atentar. 

4 Pilares   


Conheça quatro pilares para manter a beleza – e a saúde – dos cabelos e unhas em dia:   

1- Cuidados | O primeiro pilar diz respeito aos cuidados cotidianos, propriamente ditos.  

  • Unha: ficar uns dias sem esmalte, hidratar as unhas, não remover toda a cutícula.  
  • Cabelo: não dormir com cabelo molhado, não amarrar o cabelo úmido, tentar lavar o cabelo com água fria ou morna, não lavar o cabelo com água quente.  

2 – Avaliação periódica de saúde | Fazer um check-up anual multidisciplinar para rastrear possíveis doenças.   


Avaliar se tem alguma doença infecciosa, hormonal, oncológica, autoimune, tireoide. Qualquer alteração no nosso estado de saúde já vai repercutir no cabelo e na unha. Tem que ter esse acompanhamento periódico ali com o nutricionista, com o médico, dermatologista.  

3 – Manejo de estresse e ansiedade | Evitar situações estressantes e controlar a ansiedade no dia a dia.   

Situações de estresse também requerem um aumento na utilização de nutrientes, principalmente micronutrientes. O zinco, que a gente sabe que é muito utilizado como um fator na produção de enzimas, antioxidantes e em situação de stress, tem uma demanda muito aumentada porque eu preciso de mais enzimas antioxidantes para poder equilibrar aquele estresse todo.  

O excesso de estresse também pode causar ou piorar a queda de cabelo e quadros como psoríase e dermatites. 

4 – Nutrição | Procure um profissional da nutrição para a criação de um plano alimentar individualizado, com base nas suas demandas diárias, para a possível suplementação de determinados nutrientes.  

 
 

Além dos nutrientes já citados, dietas restritivas ou de baixa caloria também podem impactar o aspecto da pele, unhas e cabelos.  

Conclusão 


A beleza, mais que um componente externo, é um reflexo da saúde.   

Unhas, cabelo e pele denunciam possíveis desequilíbrios hormonais e nutricionais, como a falta de vitaminas e minerais.   

Por isso, a recomendação é procurar um especialista para identificar a causa de sintomas como queda capilar, fios quebradiços e unhas manchadas e enfraquecidas.   

É importante estar atento também à possibilidade de o corpo estar sinalizando outras doenças, como patologias ligadas à tireoide.   

Em todos os contextos, a nutrição se apresenta como solução para restabelecer o equilíbrio do organismo, por meio da manutenção da microbiota intestinal e fortalecimento do eixo pele-intestino.  

 

Cuidados cotidianos também podem ser estratégicos para cabelos sedosos e unhas fortalecidas.  

Separar um tempo para olhar para si e identificar os pontos a serem melhorados é essencial na busca por beleza e saúde.