Desvendando o impacto do anticoncepcional na saúde hormonal feminina

Este artigo abordará o impacto do uso de anticoncepcionais na saúde feminina e sua relação com vitaminas e minerais. Iremos explorar os efeitos dos anticoncepcionais na menstruação, no humor, na libido e na saúde geral das mulheres, fornecendo informações relevantes para que cada mulher possa tomar decisões conscientes sobre o uso desses medicamentos. 


 

Este é um tema muito importante para a saúde feminina, já que o uso de anticoncepcionais é bastante comum e seus efeitos colaterais nem sempre são conhecidos pelas mulheres que utilizam. 

O que são anticoncepcionais?


O termo “anticoncepcional” pode se referir a qualquer método ou substância utilizado para evitar a gravidez, como pílulas, adesivos, injeções, dispositivos intrauterinos (DIUs), implantes, preservativos, diafragma, entre outros.  

Cada um deles possui suas vantagens e desvantagens, o foco do nosso artigo está nos medicamentos anticoncepcionais que atuam no sistema hormonal feminino, como as pílulas, implantes e adesivos. Todos eles atuam através de hormônios sintéticos que interferem nas proporções hormonais naturais da mulher, impedindo a ovulação e, portanto, a fertilização e gestação.  

Possíveis efeitos colaterais do anticoncepcional 


Devido à supressão e alteração dos níveis estrogênio, progesterona e testosterona pelo uso do anticoncepcional, diversos aspectos do metabolismo são afetados, podendo surgir efeitos colaterais. Dentre os mais comuns estão: 

  • Alterações no humor, como irritabilidade, desânimo e até depressão. 
  • Sangramento irregular: É comum experimentar sangramentos irregulares nos primeiros meses de uso de anticoncepcionais hormonais.   
  • Náuseas, dores de cabeça, sensibilidade mamária, mudanças na libido, especialmente perda e baixa libido, e ganho de peso.  
  • Coágulos sanguíneos: Alguns tipos de anticoncepcionais, como pílulas combinadas (que contêm estrogênio e progesterona), podem aumentar o risco de coágulos sanguíneos. Isso é mais relevante para mulheres com predisposição genética a trombose ou que tenham outros fatores de risco, como tabagismo. 
  • Pressão arterial elevada. 
  • Câncer: Alguns estudos sugeriram uma possível associação entre o uso de longo prazo de pílulas contraceptivas e um pequeno aumento no risco de câncer de mama, cervical e hepático. Por outro lado, alguns estudos apontam redução do risco de câncer de ovário e endométrio em alguns casos. 

Esses efeitos variam entre as mulheres e muitas vezes diminuem após os primeiros meses de uso. No entanto, existem alguns possíveis riscos mais graves que podem se manifestar após o uso prolongado. 

O risco desses efeitos colaterais aumenta para mulheres com mais de 35 anos, fumantes, mulheres com sobrepeso e doenças crônicas. 


 

Adicionalmente, algumas mulheres podem ser alérgicas ou ter intolerância a componentes de anticoncepcionais, o que pode causar reações adversas. 

A relação entre o uso de anticoncepcional e alguns nutrientes 


Ao afetar os hormônios e o metabolismo, o anticoncepcional também pode contribuir para a diminuição dos níveis de alguns nutrientes vitais no organismo, como as vitaminas:  

  • B9, também conhecido como ácido fólico ou folato. Além de atuar na produção de substâncias que compõem o DNA, a vitamina também auxilia no sistema imunológico, ajuda na saúde da pele e no crescimento dos cabelos e unhas.  
  • B12, ou cobalamina. Sua deficiência pode levar à anemia e problemas no sistema nervoso. 
  • B6, ou piridoxina. A falta de vitamina B6 pode resultar em problemas na pele, queda de cabelo e cansaço. 
  • C, a deficiência de vitamina C aumenta o risco de infecções, diminui a imunidade e dificulta a cicatrização.  
  • E, que pode causar o enfraquecimento muscular. 

Também foi observada a redução dos níveis dos minerais zinco, selênio e magnésio com o uso de anticoncepcional. Todos esses micronutrientes são fundamentais para a saúde do organismo e, inclusive, para a saúde mental.  

Dessa maneira, mulheres que fazem uso de anticoncepcional devem estar ainda mais atentas aos níveis de vitaminas e minerais e utilizar estratégias para reforçar a ingestão daqueles que são afetados pelo anticoncepcional, através da nutrição e suplementação. 

Suplementação e o uso de anticoncepcional 


Segundo algumas pesquisas, parte dos efeitos colaterais associados ao anticoncepcional deve-se a diminuição dos nutrientes citados acima, já que a deficiência desses elementos causa esses mesmos tipos de sintomas, independente do uso de anticoncepcional.  

Desse modo, os pesquisadores sugerem que a suplementação seja feita junto do uso do anticoncepcional para evitar ou minimizar grande parte dos sintomas desagradáveis. 

Além dos nutrientes citados acima, a suplementação de vitamina D também é sugerida em estudos. 

Conclusão  

É essencial que cada mulher esteja ciente dos efeitos nocivos potenciais do anticoncepcional e conheça também o impacto sobre os nutrientes no organismo.  

É fundamental buscar orientação médica para avaliar as opções contraceptivas disponíveis e encontrar a melhor abordagem para atender às necessidades individuais e preservar a saúde hormonal, metabólica e mental. 

Estudos: 

Palmery M, Saraceno A, Vaiarelli A, Carlomagno G. Oral contraceptives and changes in nutritional requirements. Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2013;17(13):1804-1813. 

S. Basciani, G. Porcaro, Counteracting side effects of combined oral contraceptives through the administration of specific micronutrients, Eur Rev Med Pharmacol Sci Year: 2022 Vol. 26 – N. 13 Pages: 4846-4862 DOI: 10.26355/eurrev_202207_29210 

Porcaro G., Angelozzi P. Supplementation with specific micronutrients reduces the adverse effects of combined oral contraceptive treatment IJMDAT 2019; 2: e194 DOI: 10.32113/ijmdat_20197_194