Vitamina D e Obesidade: A Relação Entre Suplementação e Peso 

Quanto os dígitos na balança influenciam na sua qualidade de vida? 

Se a resposta é abrangente no que diz respeito à interpretação sobre o modo de viver cotidiano, quando o assunto é produção e absorção da vitamina D, os pesquisadores chegaram a um consenso: o sobrepeso influencia na absorção do nutriente pelo organismo. 

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Harvard Medical School, nos Estados Unidos, decidiram revisar as evidências de um dos maiores e mais longos testes relacionados ao nutriente realizados até hoje, o Vital – The Vitamin D and Omega-3 Trial. 

O estudo, publicado no The Journal of the American Medical Association, reuniu dados de mais de 26 mil pessoas que tomaram suplementos diários de vitamina D por, pelo menos, cinco anos durante 2010 e 2018. Todos tinham idade superior a 50 anos e não relataram ter câncer ou doenças cardiovasculares quando o estudo começou.  

Os voluntários foram divididos em dois grupos: um deles tomou cápsulas com 2.000 UIs de vitamina D por dia, o equivalente a cinco vezes mais que o recomendado pelas autoridades de saúde dos EUA, e o outro grupo recebeu pílulas de placebo.  

Dentre eles, cerca de 11 mil participantes tinham índice de massa corporal (IMC) na categoria de sobrepeso e obesidade.  

Ao analisar as informações, foi possível notar que todos tiveram aumento nos níveis de vitamina D no organismo ao longo do estudo, mas os voluntários que tinham peso nos parâmetros ideais registraram taxas maiores do nutriente.  

A explicação, segundo os pesquisadores, pode estar nas células adiposas (de gordura) que absorvem melhor a vitamina do que outras e acabam extraindo-as do sangue, prejudicando a capacidade do corpo de produzir ou processar a vitamina D – resultando em níveis mais baixos do nutriente no organismo.  

Outra descoberta diz respeito à suplementação de vitamina D e as chances de desenvolver câncer.  

Os cientistas do Brigham and Women’s Hospital, um dos hospitais universitários da Harvard Medical School, observaram que o risco geral de morte por câncer foi 20% menor naqueles que tomaram o suplemento.  

Cenário ainda mais positivo para quem tem o IMC mais baixo  


“Este estudo esclarece por que estamos vendo reduções de 30 a 40% nas mortes por câncer, doenças autoimunes e outros resultados com a suplementação de vitamina D entre aqueles com IMCs mais baixos. Mas benefício mínimo naqueles com IMCs mais altos, sugerindo que pode ser possível obter benefícios em toda a população com uma dosagem mais personalizada de vitamina D”, explicou Deirdre Tobias, epidemiologista do Brigham and Women’s Hospital que liderou a pesquisa. 

Vale lembrar que a vitamina D é um hormônio essencial para a manutenção do sistema imunológico, para a saúde óssea, crescimento, musculatura, sistema nervoso central e até cardiovascular.  

Embora seja produzida pelo próprio corpo, através da exposição solar, o modo de vida pode demandar a suplementação – recomendada por um nutricionista ou médico especialista.