Roda de amigos: como as interações sociais contribuem para a longevidade

Quando os olhos do mundo se voltaram para as Blue Zones – como são conhecidas as regiões onde os habitantes têm vidas mais longevas – um dos “segredos” identificados pelos pesquisadores foi a interação social.

Almoços em família, conversas em roda, fins de semana repletos de encontros e bate-papos despretensiosos entraram no traçado do mapa do tesouro da longevidade.  

Nessas zonas azuis, os moradores não precisam de grandes eventos ou justificativas para se encontrarem. É a vida em comunidade que costura o dia a dia, proporcionando inúmeras possibilidades de trocas entre eles.  

A convivência reforça o estímulo positivo ao cérebro, que responde com emoções proporcionais aos gatilhos desses encontros.  

Os resultados são sentidos na pele.  

Pesquisadores descobriram exatamente onde: a alegria e a surpresa  dividem espaço e reverberam pelo corpo todo, com mais intensidade no peito e na face.  

É daí que surgem os imparáveis sorrisos quando a alegria chega. 

 

Seres sociais  


Os seres humanos são naturalmente inclinados à convivência social.

  

Se a vida em comunidade desperta a felicidade, o isolamento, em contrapartida, abre espaço para os sentimentos negativos.  

Tanto que a solidão é cientificamente comprovada como uma das causas – e consequências – da depressão.  

Os ambientes frequentados por cada indivíduo têm influência direta numa série de mecanismos psicológicos e desencadeiam tanto as emoções, que são respostas transitórias (como aquelas ativadas durante um ataque de cachorro), quanto mudanças no humor, que é tido pela psicologia como um estado com duração variável – mas que assume tom mais permanente de tristeza diante da falta de convívio social.  

Solidão x Saúde  


Vive mais quem tem saúde. E tem mais saúde quem é feliz.  

Experimentos mostraram que quando você isola uma ave de outros indivíduos pertencentes ao mesmo grupo, o grau de estresse aumenta tanto que o sistema imunológico sucumbe e abre espaço para as doenças.  

Logo, a interação social ganha espaço na ciência como ferramenta para a manutenção da imunidade e também do bom funcionamento do cérebro em espécies sociais.  

Ao ficar sozinho, o ser humano entra em estado de devaneios e ativa uma região do cérebro chamada de Rede Modo Padrão.   

Permanecer neste estado por muito tempo, compromete as funções executivas que, como o próprio nome sugere, são responsáveis pela realização das tarefas.  

Por isso, quanto mais você fica sozinho pensando, menores as chances de executar o que planejou – uma explicação fisiológica. 

Saúde mental  


Não é só sobre saúde física.  

Uma revisão científica destacou o papel das interações sociais na saúde do cérebro.  

A avaliação de seis bases de dados eletrônicas apontou a relação entre a solidão e o comprometimento cognitivo leve, que é um estágio de transição entre o envelhecimento normal e um quadro de demência.  

Qual a alternativa? Investir nas interações sociais: sair com os amigos ou fazer novas amizades, encontrar a família, viajar para rever velhos conhecidos e apostar em boas conversas como forma terapêutica de alcançar a longevidade de maneira mais feliz. 

 

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