Quem dorme mais? Estudo revela melhor, e pior, idade para o sono

Se a vida adulta fosse dividida em três fases, em qual delas o sono seria mais prejudicado?  

Para chegar à resposta desse questionamento, pesquisadores da Universidade College London (UCL), da  Universidade de East Anglia (UEA) e da Universidade de Lyon avaliaram o perfil de 730.187 voluntários espalhados por 63 países.  

Os participantes foram divididos nas seguintes faixas etárias:  

  • 19 a 33 anos; 
  • 34 a 53 anos; 
  • mais de 54 anos. 


As informações fornecidas pelos participantes foram coletadas de uma  maneira inovadora, vinculadas ao cadastro num jogo eletrônico elaborado pelas universidades. O estudo foi publicado em dezembro de 2022, na revista científica Nature Communications.  

Com base nos dados preenchidos no game, os cientistas concluíram: os adultos dormem menos – e com menor qualidade – entre os 33 e 53 anos de idade.  

O jogo em questão é o Sea Hero Quest, desenvolvido pela Deutsche Telekom em parceria com a Alzheimer’s Research UK, UCL e UEA  para uma pesquisa de neurociência focada no Alzheimer.  

Mais de quatro milhões de pessoas já se cadastraram, possibilitando aos cientistas fazerem uma série de análises, entre elas, o padrão do sono dos participantes ao longo da vida.  

Na conclusão do próprio estudo, os autores da pesquisa salientam que “a disseminação de videogames em todo o planeta pode ser aproveitada por pesquisadores do sono para acessar populações maiores e mais diversificadas, permitindo que eles repliquem descobertas e tornem as descobertas mais propensas a serem válidas em escala global”. 

Amparados pela tecnologia, foi possível associar o platô da insônia – dentro da faixa etária média dos adultos – às demandas com cuidados com os filhos e com os desafios da vida profissional. 

Ressaltando que este padrão foi o mesmo para homens e mulheres, independentemente do país ou nível educacional.  

Diferenças demográficas 


Apesar desse denominador comum, há variações entre a qualidade e duração do sono pelos cantos do mapa.  

No Leste Europeu, em países como a Albânia, Eslováquia e República Tcheca, dorme-se de 20 a 40 minutos a mais que a média global, enquanto no sudeste asiático, incluindo as Filipinas, as pessoas dormem menos.  

Sono reduzido identificado também em países mais próximos à linha do Equador.  

“Estudos anteriores encontraram associações entre idade e duração do sono, mas o nosso é o primeiro grande estudo a identificar essas três fases distintas ao longo da vida. Descobrimos que, em todo o mundo, as pessoas dormem menos durante a idade adulta, mas a duração média do sono varia entre as regiões e entre os países”, diz o professor da UCL, Hugo Spiers, um dos líderes da pesquisa.  

Já, entre as idades, o melhor sono é o dos adultos mais velhos, que têm entre 54 e 70 anos. No caso deles, a duração ideal do repouso é de sete horas – uma média já citada em outros estudos e que é a meta global entre aqueles que, por qualquer razão que seja, não conseguiram acessar o oásis do sono da vida adulta.  

Agora, com o embasamento científico, fica a esperança de que a plenitude do sono chegue naturalmente – nem que seja depois dos 50 anos de idade.  

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *