Veja como a rotina de calma reflete no sono de qualidade

Deitar, relaxar, dormir e acordar disposto e cheio de energia. 

A cronologia da sequência é ideal e fisiologicamente correta.

Ao passar por todos os estágios do sono, o check list da noite revigorante está 100% ticado. Resultado? Hormônios regulados, células regeneradas, músculos recuperados, aprendizado fixado e o corpo em perfeito equilíbrio para mais um dia.   

Só que colocar a cabeça no travesseiro e apagar, embalando no sono dos sonhos, é missão árdua para 69% dos brasileiros. Segundo um estudo publicado na Sleep Epidemiology, mais da metade da nação verde-amarela revelou enfrentar problemas para adormecer e dificuldades tanto para manter o sono quanto para se manter acordado no dia seguinte.  

A explicação – para além dos efeitos da pandemia, citados pelos pesquisadores – está nos obstáculos impostos pela vida moderna. Conscientes ou não, somos afetados o tempo todo por fatores determinantes para a qualidade do sono.   


“Tudo ao nosso redor é intensamente modulador de nosso sono e ciclo circadiano”, define a psiquiatra Laís César. 


E, nem sempre, o problema está na falta de conhecimento sobre os complicadores do descanso perfeito. “Encontramos pais e crianças conscientes dos malefícios de telas, luzes e todos outros estímulos culpados pela enorme prevalência de queixas relacionadas ao sono em nosso país”, explica. 

A dificuldade está em otimizar o uso dos eletrônicos e cessar o acesso à tecnologia nos momentos que antecedem a ida para a cama.   

Sugestões da especialista


De olho no calcanhar de Aquiles de quem se assume dependente das telas, Laís listou algumas propostas para colaborar com a melhora do sono, criando uma rotina de calma que proporciona as condições desejadas para uma noite tranquila:  

  • Diminuir as luzes diretas, sempre que possível, é uma forma de ajudar o nosso corpo a entender que o dia já acabou; 

  • Um banho morno pode promover facilitação de relaxamento físico e mental; 

  • Aromas com potências terapêuticas relaxantes – como a famosa e conhecida lavanda – podem ser usados em sabonetes, cremes e óleos essenciais; 

  • Chás e outras bebidas acolhedoras, de efeito calmante e relaxante podem ser consumidas todos os dias à noite; 

  • Evitar uso de telas 2 horas antes de deitar e evitar consumir conteúdos densos, trágicos ou tensos demais antes de adormecer. Dessa maneira, o cérebro não é hiperestimulado com imagens ou assuntos que você não gostaria de “rever” enquanto dorme. 

“O sonho é a estrada real para o inconsciente” escreveu o psicanalista Sigmund Freud ao se referir à produção mental enquanto dormimos. Fato é que, enquanto o corpo descansa, a mente trabalha sem parar e é durante o sono que o cérebro revisa as experiências vividas no dia, armazenando as memórias em seus devidos lugares. 

Segundo a psiquiatra, durante o sono ocorre também um aumento do fluxo sanguíneo e de limpeza de toxinas, além da consolidação de aprendizados, do desenvolvimento de criatividade, da consolidação de memórias positivas entre tantos outros fenômenos. “Isso nos prova que o valor do sono é algo que devemos espalhar por aí cada vez mais e da forma mais clara possível”, finaliza Laís César.

Bom lembrar  


O passo a passo para uma boa noite de sono é simples.  

Driblar a agenda contemporânea e deixar as telas de lado são fundamentais para dormir melhor.  

Criar uma rotina de calma com pequenos rituais de relaxamento, como os citados nesse artigo pela psiquiatra Laís César, é uma forma de tornar o processo mais convidativo e aconchegante.  

Dormir não precisa ser um desafio ou um problema. O descanso deve ser natural, incorporado à sua rotina com a mesma prioridade que outros itens para que o seu organismo funcione em completude – fechando, diariamente, os ciclos de autorregulação que ocorrem durante o sono.  

Não esqueça: dormir é questão de saúde! 

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