Epigenética: Conquiste a Calma com Mudanças no Ambiente e Rotina

Você nasce com um DNA. Só que, muito longe de serem imutáveis, os seus genes podem ser induzidos a se expressar. Um movimento genético diretamente influenciado pelo ambiente em que você vive. É sobre isso que fala a epigenética.

 

A construção de um ambiente de calma se faz fundamental para o desenvolvimento de genes potenciais para a sua saúde e bem-estar. 

Aristóteles já pensava nessa proposta, traduzida no conceito de epigenética, que evoluiu, ao longo dos anos, com a ciência.  

Hoje é possível afirmar que a almejada serenidade é alcançável por meio de pequenas mudanças no cotidiano.  

A médica psiquiatra Laís Cesar aproxima o conceito da realidade ao detalhar o que compõe o ambiente citado pelos pesquisadores.
 

“É tudo aquilo que nos cerca: o físico, palpável, círculo de amizades, as crenças que temos ou deixamos de ter, as causas que defendemos ou deixamos de defender. Também é a forma como nos alimentamos, movimentamos nosso corpo e com qual frequência fazemos isso, o silêncio na nossa casa à noite, as luzes que a gente apaga…”, explica a especialista.  

Se, isoladamente, cada um desses itens parece pequeno, juntos eles têm o poder de modular o ambiente a fim de favorecer a saúde física e mental.  

Interligados 

O poder da mente sobre o corpo na alteração de determinados genes conectados à imunidade é comprovado cientificamente.  

Uma revisão narrativa publicada no Journal of Complementary and Integrative Medicine mostra os efeitos epigenéticos das chamadas terapias mente-corpo, como ioga, tai chi chuan, meditação e técnicas de mindfulness.  

Segundo os cientistas, mulheres praticantes de ioga tiveram diminuição de reações químicas do gene ligado ao sofrimento psíquico.  

Já os meditadores de longo prazo apresentam biomarcadores mais lentos de envelhecimento e alteração positiva nos genes associados ao metabolismo. 

A inclusão dessas práticas na agenda é um dos caminhos para estabelecer sua rotina de calma. 
 

Desafio intuitivo  


A psiquiatra Laís Cesar sugere fazer uma lista com tudo que você entende que faz parte do seu ambiente e separar aqueles itens que, intuitivamente, você considera serem promotores de saúde.  

Um bom filtro é o impacto sentimental que eles surtiram em você no momento em que visualizava essa lista. “Aqueles itens que você identificou que te ajudam a se sentir bem, disposto, motivado, feliz. Aqueles que quando você escreveu na lista te fizeram sorrir”, orienta. 

Após identificar o que te faz bem, a especialista indica refletir sobre como você poderia usufruir mais desses itens. “E até mesmo como você poderia multiplicar esses itens pra você e para as pessoas com quem você convive”, finaliza.  

Bom lembrar  



A calma é uma construção diária. Uma rotina que propicie o bem-estar está diretamente ligada ao ambiente onde você trabalha e vive – e isso inclui a sua própria mente.  

A ciência corrobora, por meio dos estudos sobre epigenética, a teoria de que a função dos genes é modificada conforme os seus hábitos: da alimentação, à prática de exercícios físicos e até mesmo a forma como você configura o seu lar.  

E essa alteração genética reflete na sua imunidade e saúde mental. 

Para avaliar como está o seu cotidiano, a psiquiatra Laís Cesar dá uma sugestão simples e eficaz: listar os itens que compõem os seus ambientes e dar mais ênfase àqueles que te fazem sorrir.  

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