Feito produto, os seres humanos têm composição. Ossos, músculos, gordura, água e outros componentes constam na fórmula individualizada de cada um.
Matemática pessoal que pode ser alinhada às perspectivas de um corpo saudável.
Colocado em percentual, o peso pode indicar disfunções metabólicas, apontar desequilíbrios e dar pistas de por onde começar as mudanças em prol da saúde.
Quem já subiu numa balança de bioimpedância sabe: o que a roupa disfarça, a composição corporal denuncia.
E, uma das alternativas para fechar essa conta é a atividade física.
Se na alimentação os ajustes podem causar estranheza, nos exercícios, o desconforto inicial é recompensado pela liberação de dois hormônios com efeito imediato: endorfina e serotonina mandam pra lá a preguiça quando, ao fim do treino, cada centímetro do corpo é invadido pela sensação de bem estar, vitalidade e satisfação.
Funções que garantem aos movimentos corporais a capacidade de diminuir os níveis de estresse, sendo aliados na manutenção da saúde mental.
Múltipla escolha
Aeróbico ou anaeróbico. Duas categorias que catalogam uma série de opções ajustáveis ao gosto ou necessidade. Corrida, ciclismo e natação. Musculação, crossfit e treinos de força.
A diferença básica entre eles é a capacidade respiratória solicitada. Como o próprio nome sugere, atividades aeróbicas têm maior demanda de oxigênio e utilizam o ar como fonte para a produção de energia nos músculos, enquanto as anaeróbicas usam os carboidratos para essa função.
Segundo o nutricionista e professor, especialista em fisiologia do exercício e nutrição clínica funcional, Paulo Mendes, quando se chega ao cruzamento em que é preciso escolher entre uma ou outra, quem determina o caminho é o objetivo a atingir.
“Se você quiser, se você tiver a intenção de reduzir a sua massa gorda, além da gente focar na sua alimentação, de fazer uma restrição calórica, de você gastar mais energia, às vezes é mais interessante a gente fazer atividades aeróbicas que têm um gasto energético maior. Agora, se você tiver o intuito de ganhar massa muscular, sem sombra de dúvidas, as atividades de musculação e de treinamento de força são as mais recomendadas”, explica.
Misturar é possível
Não é imprescindível, mas é possível e, em alguns casos, recomendável misturar as duas categorias de atividades.
Nem sempre é preciso escolher. Dá, sim, para fazer exercícios aeróbicos e anaeróbicos no mesmo treino – estejam eles no mesmo dia ou em dias alternados.
E, mais do que o foco na composição corporal, a nutricionista Roberta Carbonari destaca o prazer proporcionado como balizador na hora de escolher a atividade a ser incluída na rotina.
“Faça o exercício físico que te dá mais prazer, porque para iniciar esse reforço positivo, prazeroso de estar se divertindo é muito importante para que você consiga manter a atividade física”, recomenda.
Vida real
Os benefícios da atividade física vão além de porcentagens ou mudanças estéticas provenientes da movimentação incorporada à rotina.
Músculos mais fortes e um corpo com mais resistência cardiovascular reflete em facilidades no cotidiano, em exemplos simples como ir ao mercado e voltar para casa carregando as sacolas de compras – uma tarefa básica do dia a dia que tem potencial para se tornar menos custosa quando o organismo está preparado.
O mesmo vale para as relações afetivas. Brincar com os filhos é mais divertido quando a exaustão após o dia de trabalho não surte o mesmo efeito de quando se leva um dia a dia sedentário.
Vantagens que se estendem por toda a vida, enfatizando a relevância, inclusive, das atividades de força para a construção de uma vida mais longeva.
“A gente tem a neurogênese, que é a formação de novas terminações sinápticas, a neuroplasticidade, a neuroinflamação. Vamos protegendo o nosso cérebro por meio desses transmissores, por meio dos hormônios, principalmente por meio do TNF, o fator neuro derivado do cérebro, que é a substância que vai protegendo o nosso cérebro do envelhecimento cerebral. Então, a prática de exercício físico blinda o nosso cérebro”, detalha o especialista.
Vale lembrar que tanto a mudança da composição corporal quanto a longevidade saudável são o resultado de um conjunto de escolhas e hábitos, que incluem a alimentação, o sono de qualidade e relações equilibradas.
Um combo que torna o corpo mais funcional e a vida mais leve!
Bom lembrar
O exercício físico é uma das ferramentas para melhorar a composição corporal.
Para mudar parâmetros de massa magra, gordura e demais componentes é preciso investir na atividade física. A escolha por exercícios aeróbicos ou de força varia conforme a indicação médica e/ou objetivo do indivíduo.
Além das porcentagens corpóreas, incluir movimento à rotina facilita uma série de tarefas do dia a dia, como reflexo do corpo mais fortalecido.
Para atingir melhores resultados, invista num conjunto de novos hábitos. Consulte um especialista e trace o melhor trajeto conforme a sua realidade e estilo de vida.