Ciência comprova:  intensidade do exercício físico ativa diferentes tipos de memória

Se ao invés de perguntar se você prefere caminhar ou fazer um treino de alta intensidade, a pergunta fosse sobre a eficácia da sua memória, você responderia que tem mais dificuldades para lembrar a data do aniversário dos seus amigos ou onde colocou as chaves quando chegou em casa?  

A correlação entre os fatores – memória e atividade física – pode parecer estranha, à primeira vista, mas ela existe e interfere diretamente na sua vida.  

É o que comprovou um estudo da Dartmouth College, nos Estados Unidos. O resultado foi publicado na revista Nature Scientific Reports.  

Pesquisadores da instituição americana acompanharam 113 participantes durante um ano e concluíram: caminhadas leves e atividades de alta intensidade têm efeitos distintos no campo cognitivo.  


Leve ou intenso  


Para entender a ponte entre a intensidade do treino e o efeito na memória dos participantes, os cientistas compararam as informações coletadas pelo dispositivo Fitbit Fitness Tracker – que monitora  quantidade de passos, calorias, sono, peso, entre outros parâmetros – com resultados de testes de memória.   

Como a proposta era abranger campos cognitivos distintos, as questões incluíam desafios como recordar detalhes de uma história curta, detalhes espaciais, termos de língua estrangeira e lista de palavras aleatórias.  

Foi através da análise do cruzamento desses dados que os pesquisadores chegaram à conclusão de que praticantes de caminhadas leves têm melhor desempenho na chamada memória episódica, que diz respeito à capacidade de lembrar eventos do cotidiano, como os detalhes do encontro com um amigo ou do primeiro dia de aula na infância.  

Já os adeptos de atividades físicas de alta intensidade, que correm ou fazem treinos HIIT, se destacaram nas tarefas de memória espacial, conectada à ligação entre objetos e locais no espaço – como o exemplo do começo do texto, sobre o lugar onde você deixou as chaves.  


Multibenefícios  


A atividade física não é apenas um potencializador para a memória.  

Movimentar-se é um dos pilares da longevidade e da qualidade de vida 

Além de uma vida mais longa, investir numa vida em movimento ajuda na neuroplasticidade e conduz a um cotidiano com uma carga menor de estresse, com um sistema imunológico mais fortalecido.   

Embora os resultados desse estudo da Dartmouth College tenham avançado na interpretação da conexão entre o estilo de vida e a saúde cognitiva, os pesquisadores revelaram que ainda há muitas questões a responder, mas que esse foi um primeiro palpite muito bom da ciência.  

Apesar das conclusões do estudo, ainda não há elementos científicos suficientes para você solicitar ao seu professor da academia um treino para lembrar do dia do aniversário dos seus amigos!  

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