Hábitos que ajudam a prevenir o diabetes

Do universo do diabetes, o tipo 2 é o que acomete a maior parte da população brasileira: 90% *(A) dos casos correspondem a esse diagnóstico. A doença é crônica e começa pela resistência à insulina – a quem cabe o papel de levar a glicose para dentro das células. 

É aos poucos que o hormônio passa a encontrar dificuldades para cumprir sua função. O pâncreas se esforça para ajudar e, numa tentativa de normalizar o funcionamento do sistema, acelera a produção de insulina. 

Só que o órgão passa a produzir, produzir e produzir, fica sobrecarregado e chega à exaustão. Nesse momento, o açúcar do sangue dispara e tende a não voltar mais aos níveis normais.

A influência dos hábitos


A versão mais comum do diabetes está intimamente ligada ao sedentarismo e à alimentação inadequada. Embora a falha no funcionamento do pâncreas seja atribuída a questões genéticas, o estilo de vida desregrado pode ser um gatilho para o desenvolvimento da doença.


Segundo a nutricionista Alessandra Feltre, a terapia de primeira escolha no caso de pacientes diagnosticados com diabetes tipo 2 é a orientação nutricional, com o estabelecimento de dieta para um maior controle do indivíduo.

Além da alimentação, a especialista orienta os pacientes a adotarem outras mudanças no estilo de vida, com a inclusão de atividade física regular na rotina. 

Nutrientes do bem


Alessandra destaca também uma série de nutrientes que, segundo estudos científicos, são favoráveis tanto durante o tratamento da doença quanto na prevenção. 

A lista tem itens que estão disponíveis na natureza e também, outros, que demandam suplementação – ou pela facilidade de absorção do organismo, ou por não serem passíveis de consumo in natura. 

Canela – a especiaria, vinda das árvores da espécie Cinnamomum – que, em grego, significa “madeira doce” -, é rica em compostos fenólicos e ajuda a regular a glicemia, além de ter ação antioxidante e antiinflamatória. 

Ômega 3 – encontrado em algas marinhas e peixes de águas profundas e geladas, como o atum, salmão, sardinha e cavalinha, o Ômega 3 está relacionado à diminuição de marcadores inflamatórios, produção de citocinas, coagulação e função endotelial. Estudos demonstraram que a suplementação de ômega 3 resulta na melhora da sensibilidade à insulina * (B ).  


Magnésio – é o curinga das reações enzimáticas e está presente na semente de linhaça, gergelim, castanhas e amendoim. “Apesar disso, é importante pensar na suplementação, porque só com a alimentação não conseguimos doses adequadas de magnésio”, pontua a nutricionista. O mineral é cofator para a reação da proteína tirosina quinase, cuja deficiência pode aumentar a resistência à insulina. 

Cúrcuma – dona de um composto bioativo chamado curcumina, a planta tem a absorção otimizada quando tomada junto com a pimenta-preta. Tem ação antiinflamatória e antioxidante e pode atuar como coadjuvante no tratamento dos pacientes com diabetes tipo 2. 

Picolinato de cromo – o suplemento é indicado para ajudar na regulação dos níveis de glicose e insulina sanguíneos. Estudos *(C) comprovam que a maior disponibilidade de cromo no organismo favorece o controle do diabetes tipo 2. 

A cereja do bolo


Se driblar a vontade do doce é um desafio, Alessandra Feltre tem a solução: os adoçantes naturais, que proporcionam o sabor sem a adição das calorias. Entre as recomendações da nutricionista, os destaques são:

  • eritritol: tem 0,24 calorias por grama, com 70% da doçura do açúcar; 
  • stevia: extraído de uma planta nativa da América do Sul, tem zero calorias, zero carboidratos e adoça até 200 vezes mais que o açúcar; 
  • taumatina: é 100% natural, extraída de uma fruta do oeste africano, e que adoça até 150 vezes mais que o açúcar, além do baixo índice glicêmico e fácil dissolução em água. 

Bom saber


O combo atividade física + alimentação equilibrada, potencializada pelos suplementos corretos, pode ser um aliado e tanto na prevenção do diabetes tipo 2. 

Mudanças de hábitos são soluções sugeridas, principalmente, para quem tem histórico familiar, já que 75% dos pacientes diagnosticados com a doença têm casos na família. 

Consultar um especialista é a melhor forma para traçar uma estratégia individualizada, que atenda às necessidades do seu organismo.

*(A)  https://bvsms.saude.gov.br/26-6-dia-nacional-do-diabetes-4/ 

*(B) SciELO – Brasil – Effects of supplementation with omega-3 on insulin sensitivity and non-esterified free fatty acid (NEFA) in type 2 diabetic patients Effects of supplementation with omega-3 on insulin sensitivity and non-esterified free fatty acid (NEFA) in type 2 diabetic patients 

*(C) https://www.scielo.br/j/rbme/a/6kWrLdbpKbJp334gRhnHpvb/?format=pdf

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