Biodisponibilidade: a melhor forma dos nutrientes para o seu organismo

Da lista de pequenos prazeres da vida, Amélie Poulain tem um, em especial, relacionado à culinária: quebrar a fina camada crocante de açúcar do crême brûllè. O ato simples representa, para ela, o atalho para uma das epifanias camufladas no cotidiano.
 

E, embora não pareça, a receita da sobremesa predileta da personagem do filme francês está diretamente ligada a um dos segredos da suplementação alimentar – a biodisponibilidade *(A).
 

A explicação passa por um dos ingredientes do doce. A receita tradicional do creme brullè leva a fava da baunilha – especiaria obtida da orquídea do gênero Vanilla.
 

O preparo demanda habilidade: a fava, que lembra uma vagem, tem textura delicada. É preciso raspá-la, sem fazer muita pressão, para tirar as minúsculas sementes que dão o sabor da baunilha ao prato.

Não adianta misturar a fava inteira aos demais ingredientes. Embora ela contenha o sabor da baunilha, é a forma correta do uso que garante o sucesso da receita.

 

O mesmo ocorre com os suplementos alimentares. Não basta escolher na prateleira da farmácia a vitamina que você precisa suplementar. É preciso que a forma com que ela foi preparada pelo fabricante seja capaz de suprir as necessidades do seu corpo.
 

Biodisponibilidade


O nome dado a essa combinação entre o componente e a forma é biodisponibilidade. O termo científico traduz a capacidade de absorção da maior quantidade possível do nutriente ingerido.

 

Quando se fala que um suplemento alimentar tem forma molecular biodisponível, isso significa que o produto é efetivamente utilizado pelas células para as quais ele está sendo destinado. Ou seja, cumpre seu papel com excelência.


No caso das vitaminas do complexo B, a biodisponibilidade está na forma metilada, conhecida como metilfolato e metil cobalamina.

 

Em contrapartida, a versão sintética desses componentes apresenta baixa capacidade de absorção e eficiência – em alguns casos, dezenas de vezes inferior do que as formas metiladas. Por isso, a importância de ficar atento à fórmula.


Nomenclatura


Cada componente tem sua versão biodisponível. Ao escolher o suplemento, é fundamental prestar atenção nessa nomenclatura para garantir que o produto seja capaz de suprir sua demanda por nutrientes. 


Veja alguns exemplos: 

  • Vitamina A – retinol
  • Vitamina C – lipossomal
  • Vitamina E – acetato de DL alfa tocoferol
  • Magnésio – bisglicinato de magnésio


Bom lembrar


Como o próprio nome sugere, os suplementos são adicionados à rotina para suprir necessidades específicas do organismo – sejam elas causadas pelo seu estilo de vida ou por lacunas na sua alimentação.

Por isso, a recomendação é procurar um especialista para traçar o melhor plano alimentar de acordo com as suas individualidades.


 

*(A) Biodisponibilidade – Farmacologia clínica – Manuais MSD edição para profissionais (msdmanuals.com) 

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